Mula boa não aprende a marchar, já nasce marchando
Na caminhada da vida, vamos experimentando experiências e conhecimentos.
Mineiramente, a escola é rica em exemplos e tradições.
A cada momento que junta a turma, alguma coisa aprendemos, alguma coisa acrescentamos ao nosso rool e enriquecemo-nos.
Como de hábito, ao passearmos pelas montanhas de Minas Gerais, temos que saborear os temperos das deliciosas cozinhas das tias, e das adegas dos tios. Para variar, o primeiro góle é sempre a famosa mulher de vermelho, esta marvada fica atiçando os fregueses, quanto mais eles bebem, mais ela vai levantando a sua saia, a Guimarinho.
Hoje pude saborear um misto de aprendizado e de tremenda ciumeira.
Ao chegarmos na casa da tia Lia e do tio Luiz, o Lalau foi logo sentando à mesa que de costume, ele senta todos os sábados.
À caça de um bom tira gosto e uma boa cachacinha ele atualiza as fofocas com o tio Luiz.
Hoje, quando o Lalau sentou, de súbito, fui também procurar um lugar para me acomodar.
Como aprendi à uma mesa de madeira frente a um saudoso fogão a lenha, primeiro, sempre senta os mais importantes, os mais velhos, depois se sobrar, senta os demais.
Por desconhecer a tradição e a preferência do tio Luiz pelo assento à cabeceira da mesa, o indiquei para sentar-se na cabeceira, que de imediato pediu que eu ali me acomodasse.
Coisa normal, caso não estivesse já sentado ao lado, o Lalau.
Vendo toda a deferência do anfitrião à esta bela figura cruzeirense, o Lalau começou a ranhetar e dizer que isto não podia, que ele jamais havia lhe oferecido para sentar naquele lugar, na cabeceira da mesa.
Coisa ainda normal para os mortais comuns, anormal para o Lalau, que ligou para o Zé Pedro, Helinho e Dedeco, manifestando a sua indignação.
Percebendo o tamanho do barulho, tio Luiz, que não gosta de confusão menor, foi ao sótão e pegou uma Guimarinho de dez anos, abriu e falou que era em minha homenagem.
Aí a gritaria aumentou, percebendo o momento, o anfitrião, pegou o litro de Wisk do Genro, Vinicius pé frio, para que eu pudesse tomar umas dóses.
Aí a casa da tia Lia quase foi ao chão.
Chega o Dedeco, chega o Zé Pedro, chega o Helinho e a narração da história repetia-se com riquezas de detalhes. Hora por tia Lia, hora pelo indignado Lalau.
Tia Lia, como sempre, preparou uma variedade de tira gosto para acompanhar às cachaças e apagava o fogo da fogueira com gasolina a cada sobrinho que adentrava em sua casa.
A alegria irradiava a casa e a bagunça estava arrumada.
Resta lembrar que, ditado sempre dito pelo eminente filósofo vôzinho “a mula boa não aprende a marchar, já nasce marchando”.
Nasci sob seus olhos, ouvindo suas histórias, acessorando aos consertos de suas tralhas, alisando as suas mulas, seus burros, admirando suas tropas, comendo de seu ovo com farinha torrada.
Comentários
Depios desta cena, quando me perguntam sea Maria Luiza está com ciúmes da Izabela, afirmo que não, ciúmes tem é o Geraldo Magela. KKKKKK
Vamos, vamos CRUZEIRO.
1 abraço
Ele é cozido de cozido de ciúmes.
O bom é, tentar entender se ele é ciumento porque ele gosta de teimar, ou ele teima porque é ciumento.
Cotta, não é familia teimosa nem ciumenta.
Rsrsrs