Há quase onze anos, perdia minha mãe.




Há quase onze anos, perdia minha mãe. A perdia para quem tem poderes para levar até ele quem ele acha que o momento chegou.
Vim para Minas às pressas, preparado para qualquer situação, com a sensação de encontrar as coisas concretizadas.
Graças ao que tudo pode, não foi assim. Tivemos a oportunidade de passar alguns momentos de pura emoção com meu pai. Mesmo que fragilizado, mesmo que totalmente defensivo, pudemos senti-lo.
Hoje as noticias já são de volta à normalidade, felizmente, que aquele que tudo pode, ainda não sinta necessidade de solicitar a sua presença. Enquanto isto, nós que temos planos diferentes, vamos aproveitando o tempo que ainda nos resta ao lado de nosso querido pai.
Curioso como nos sentimos impotentes nas situações em que nos deparamos com nossos entes queridos postados em uma cama de hospital. Ontem, quase desmaiei, mesmo percebendo toda uma situação favorável, de acordo com os relatos a nós passados nas últimas horas.
Menor é a sensação da perda, maior é a sensação do sofrimento, que o que nos mostra pequenos, frágeis, perante o poder de domínio sobre nossas vidas. Que é nenhum.
Diante de tanto avanço tecnológico, diante de tanto estudo dos profissionais da área médica, ou presume-se, selos todos competentes e qualificados, ainda nos resta a tal da emoção, nos resta o tal do vinculo, que por mais que a ciência evolua e os profissionais médicos se qualifiquem, ninguém haverá de seqüestrá-los de nós, desde que, naturalmente, os temos recebidos no berço. Desde que tenhamos crescidos e vividos o amor dentro de nossas famílias.

Felizmente, os tive.

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