Legalidade e Legitimidade
Passados
os primeiros momentos da eleição do novo Prefeito de Maringá, é hora de pensar
no futuro.
O
futuro certo para o Pupin e seus correligionários é aguardar a diplomação e
posterior posse em primeiro de Janeiro, passando naturalmente pela nomeação de
seus colaboradores.
Neste
ponto, com certeza, haverá de prestigiar em um primeiro momento a todos que
fizeram parte de sua empreitada, com alguns ficando extremamente felizes e
outros já xingando no primeiro dia de governo, pois foi preterido ou foi convidado
para ocupar cargo inferior ao que pleiteava.
Naturalmente
que deverá contemplar ao Quinteiro, Abraão, Batista e Iraclézia que passaram a
integrar o seu projeto no segundo turno. Tudo natural e também extremamente
natural manter a maior parte da equipe atual, sobre este ponto, vou revelar uma
análise de um amigo que há muito trabalha na Prefeitura e entendido na área de
finanças.
Disse
meu amigo:
-
Se o Pupin ganhar, não tenha dúvidas que dará uma chacoalhada na administração.
Ele tem um perfil totalmente diferente do Silvio. Mostrou isto nas
oportunidades em que assumiu a Prefeitura.
Como
Pupin terá que prestigiar a equipe Barros, até porque foram eles que o elegeu,
não esperemos grandes surpresas no anuncio do secretariado. Pelo menos até
Junho de 2013.
É
de praxe.
Bom.
Isto ocorrerá se tudo der de acordo com o script traçado pelo Pupin e o TSE
manter a decisão monocrática do Ministro Marco Aurélio.
Se
o pleno do TSE mudar a decisão do Ministro Marco Aurélio, as coisas passariam a
um outro patamar.
Neste
caso, não adianta criar terrorismo político, pois quem criou a situação foi o
próprio staff do Pupin. E a questão não é dizer que eu não roubei, não matei,
mas aos olhos da justiça e da Constituição Federal, poderá o pleno do TSE
entender que ele criou uma situação que infringe o artº 14 da Carta Magna.
Neste ponto o Pupin deverá olhar no espelho e falar o que bem entender, pois
ali estará um dos responsáveis por esta pisada na bola.
É
bom deixar claro que as regras do jogo estavam colocadas há muito tempo, a
segurança jurídica estabelece pelo respeito aos seus preceitos. Não importa se
neste caso a minha opinião tenha algum valor, o que na realidade não tem, mas o
que importa é que ao infringir um preceito constitucional, todos nós estaremos
obrigados a prestar contas, caso alguém provoque a justiça e exija que ela seja
estabelecida.
Estamos
hoje, a sociedade brasileira vibrando com os caminhos do julgamento do
Mensalão, e o seu resultado, só está sendo de acordo com o clamor popular,
porque a Suprema Corte em sua maioria está fazendo prevalecer preceitos e
reavendo conceitos. O que serve para José, tem que servir para João.
Neste
ponto, precisaríamos analisar o choque entre o Legal e o Legítimo. Para mim, o
legítimo está manifestado nos resultados das urnas, foi a expressão da vontade
popular, a eleição nos dois turnos de Pupin como Prefeito. O legal poderá ser
uma correção deste rumo, se assim entender o pleno do TSE e a posteriori do
STF.
Confesso,
que, pela expressiva votação do Ênio a sua legitimidade também estará
preenchida. Teria eu um pensamento diferente se o Pupin tivesse liquidado a
fatura no primeiro turno como fez o Silvio Barros nas eleições passada, ou, se
neste turno final tivesse feito uma diferença bem superior à que foi feita.
Estamos
tratando de algo em torno de 3% de diferença, pois a conta é sobre o que teria
de tirar do adversário, e é o que faltou ao Ênio.
Entendo
que se o TSE e o STF tomarem a decisão que atenda ao desejo da maioria dos
eleitores maringaenses nos dois turnos, será o mais razoável, será o que esta
maioria acredita e manifestou nas urnas. Mas por outro lado se entender de
forma diferente, não terá o Pupin e seus apoiadores o direito de incentivar interpretações
diferentes e procurar criar desordens populares, pois esta cereja do bolo, quem
a colocou, foi o próprio staff do Pupin, e com o consentimento deste, pois foi
ele quem assumiu o governo e não os adversários. Enio Verri não criou a lei,
apenas exige que ela seja cumprida conforme sua interpretação.
Neste
caso meus queridos e queridas maringaenses, não se trata de tapetão.
Lá
em Minas Gerais designamos a estas bobeiradas, mais ou menos assim:
Dormiu
de touca.
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