Censura à mídia é coisa da DITADURA
Ao acessar ontem o site do jornalista Angelo Rigon, www.angelorigon.com.br, fui surpreendido por encontrá-lo suspenso pela justiça eleitoral.
Sem saber a razão fiquei no aguardo de noticias a respeito.
Além de uma boa relação com o jornalista, entendo o seu ponto de vista ao tratar determinado grupo político de Maringá da forma como trata.
Poucas pessoas tem a grandeza de manifestar seus pontos de vistas, defende-los e não aceitar os atrelamentos comuns aos pobres de personalidade, ou àqueles que defendem os interesses financeiros em detrimento aos interesses da responsabilidade em informar, noticiar sem estar atrelado a determinado interesse, mesmo que por algum valor financeiro.
Por esta postura, mesmo quando estava Secretario do governo Jairo Gianoto, relacionava-me sem nenhum problema com o jornalista, que àquela época já possuía um dos mais acessados blogers políticos de Maringá e da região.
Sempre separei a forma independente não só do jornalista à época, mas de todos que faziam oposição, tinha o Quinteiro na TV do João Ciofe, e alguns outros, e nunca permiti que a Prefeitura tomasse qualquer atitude contra eles, mesmo em vários momentos terem proposto que deveria ser tomado alguma atitude contra a forma oposicionista que estes meios agiam.
Neste ponto estávamos em um governo completamente democrático e que não permitíamos tamanha agressão a imprensa.
Vejo com preocupação esta atitude do Juíz Eleitoral que atendeu ao apelo dos advogados da Coligação A Mudança Continua, pratica agressiva e retrograda.
Víamos isto com frequência na Ditadura Militar e é preocupante que políticos se achem agredidos de tal forma por um jornalista, que ao contrário de pedir direito de resposta, solicitam que seja retirado do ar o sitio, que por si só é a ferramenta de trabalho e é uma mídia jornalística.
Tanto assustador quanto a iniciativa do político é o aceite, a decisão do Juiz.
O Brasil, que tem demonstrado maturidade jurídica e criado belíssimas jurisprudências e procurando avançar enormemente em várias decisões do STF, tem nesta atitude jurídica contra o sitio jornalístico www.angelorigon.com.br, uma agressão à democracia e um passo atrás ao brilho e lua de mel que vive judiciário brasileiro com a sociedade brasileira, tamanha é a satisfação pelo andamento do julgamento do Mensalão e pelo caminho que ele está tomando.
Não se amordaça a imprensa em um país democrático, não censura a imprensa em um país de imprensa livre.
Na realidade em todas as eleições nos deparamos com decisões arbitrárias e inconsequentes da Justiça, que de um modo geral não tem uniformidades em suas decisões. Observa-se que por ser um momento temporário de determinada ação coletiva da sociedade, o período eleitoral exige uma maior atenção dos magistrados e promotores públicos no acolhimento das leis e seu entendimento.
Por muitas oportunidade deparamos com arbitrariedades e abuso de poder, pelo simples fato de falta de relacionamento com a lei e estas exigirem como neste caso, uma periodicidade de 4 em 4 anos.
Fica o meu desagravo e a minha mais profunda decepção, por ter lutado e defendido um Brasil livre e desassociado das arbitrariedades, ações ditatoriais e sem respeito ao princípio inalienável da liberdade de expressão, da liberdade de imprensa.
Nosso grande Ulisses Guimarães, Mário Covas e tantos outros bravos constituintes devem ter ficado envergonhados e enfurecidos por tamanho desrespeito a Carta Magna que tanto nos orgulha.
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