Como podes comprar ou vender o céu, o calor da terra?















Carta a um Presidente.
Escreveu-a em 1885, o cacique Índio norte-americano de nome Seattle, da tribo Duwamish, Estado de Washington, ao então Presidente dos Estados Unidos Franklin Pierce, após o governo ter dado a entender que desejava adquirir o território da tribo.
Considerada como a declaração mais bela e profunda feita até agora sobre o meio ambiente, foi lida por Russel Petterson, Presidente do Conselho Federal de Qualidade do Meio Ambiente, dos EUA, durante a reunião da Associação Americana para o progresso da Ciência, em Nova Iorque (maio de 1975). Na ocasião, observou Peterson: "da nossa moderna perspectiva - 120 anos depois - a carta de Seattle parece ser senão uma profecia expressiva, pelo menos um tanto desconcertante".
O Grande chefe de Washington mandou dizer que deseja comprar a nossa terra.
O grande Chefe assegurou-nos também sua amizade e benevolência.
 Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não precisa da nossa amizade.
Vamos, porém, pensar em sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará nossa terra.
O grande Chefe de Washington pode confiar no que o Chefe de Seattle diz, com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na alteração das estações do ano.
Minha palavra é como as estrelas - elas não empalidecem.
Como podes comprar ou vender o céu, o calor da terra?
Tal idéia nos é estranha. Se não somos donos da pureza do ar ou do resplendor da água, como então podes comprá-los?
Cada torrão desta terra é sagrado para o meu povo.
Cada folha reluzente do pinheiro, cada praia arenosa, cada véu de neblina na floresta escura, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo.
A seiva que circula nas árvores carrega consigo as recordações do homem vermelho.
O homem branco esquece a sua terra natal, quando - depois de morto - vai vagar entre as estrelas.
Os nossos mortos nunca esquecem esta formosa terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela é parte de nós.
As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos.
As cristas rochosas, os sumos das campinas, o calor que emana do corpo de um mustang e o homem - todos pertencem à mesma família.


Leia a carta na íntegra, no excelente blogger do Professor Albergaria. Mineiro e deve ser cruzeirense.

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