Só como penosa, se for caipira























O Superior Tribunal de Justiça (STJ) http://migre.me/29dSc , absolveu um ladrão de galinha.
Noticia veiculada pela imprensa brasileira, me deixou arrepiado.
É muita justiça para um país só.
Imagine, um país justo como este, acho não ter igual neste planeta.
Uma galinha, deve custar pelo menos uns 15 reais, quanto deve ter custado a gasolina para a polícia fazer a diligência e prender o ladrão?
Imagine quanto deve ter custado o tempo do delegado para interrogar e fazer o processo para colocar este ladrão numero um da nação brasileira atrás das grades?
Para ter chegado ao STJ, imagine o trâmite deste processo?
Imaginem o custo deste trâmite?
Não defendo a impunidade do ladrão de galinha, apenas a sanidade jurídica das autoridades brasileiras.
Este ladrão de galinhas, poderia lá na ponta, ao ser preso, ter levado uma dura do delegado e este exigido que pagasse a galinha, ou na pior das hipóteses em serviços para a comunidade.
Falando de ladrão de galinha, vou confidenciar um causo.
Quando ainda jovem, lá pelos meus 20 anos, numa cidade mineira de nome sugestivo, GOIABAL, http://www.goiabal.com.br/ , dava umas namoradas por aquelas bandas.
Em um determinado dia, junto com uns quatro amigos, resolvemos caçar rãn.
Providenciamos os apetrechos e fomos para a beira do rio, que há uns milhões de anos, passar naquele mesmo lugar.
Apenas um detalhe.
Nenhum de nós sabíamos pegar rãn, nenhum de nós havia algum dia caçado rãn.
Saímos os quatro patéticos amigos, acho que eram, o Rodrigo, Cizinho, Beto e o figuraço aqui.
Compramos uma garrafa de cachaça, e quando escureceu, partimos para a cabeceira do riozinho de milhões de anos.
Em nossos planos, pegaríamos umas vinte rãns, mataríamos, e fritaríamos, no máximo lá pelas 10 horas da noite já estaríamos saboreando-as.
Fomos e voltamos, sem nenhuma rãn no saco, é mole?
Mas voltamos com umas cinco penosas no maravilhoso saco.
Acontece o seguinte, ficamos mais de três horas descendo o riozinho de milhões de anos, como não sabíamos distinguir a engrola da rãn com a coaxa do sapo.
Os que conseguimos achar não sabíamos o que estávamos pegando.
Ao final da jornada, paramos exatamente nos fundos de um galinheiro.
Ao ouvir nossas conversas, elas deram o alarde.
Dali para a panela, foi um pulo só.
Chegamos até a casa que iríamos degustar as penosas, já mortas, as depenamos, as limpamos e fizemos uma fritada daquelas.
Quando saíamos para comprar umas cervejas para o acompanhamento daquela delícia, eis que deparamos com o soldado da cidade. Goiabal era uma cidade importante naqueles tempos, tinha até um soldado que ficava lá direto, imagine?
Por coincidência, este soldado era meu amigo lá do Bom Jardim, Ipatinga.
Não pensei duas vezes, o convidei para comer com a gente aquelas suculentas penosas.
Ficamos tagarelando até as tantas da madrugada, tomando cachaça, cerveja e comendo aquela deliciosa carne de penosas caipiras.
Só como penosa, se for caipira.
Não abro mão.
No outro dia, mais ou menos no horário do almoço, meu amigo, o soldado, me procura, com uma cara meio de cúmplice, me diz.
- Carlinhos, recebi hoje pela manhã uma queixa de uma senhora, sobre o roubo de cinco galinhas. Por acaso você não ficou sabendo de ninguém que tenha roubado cinco galinhas ontem á noite?
- Respondi  de pronto – De alguém que tenha roubado cinco galinhas não.
Ele sorriu, virou as costa e foi-se.
Imagine em que mundo estamos, pessoas roubando galinhas.

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