Augustos anos do Sr Augusto
Nos
augustos anos da década de 30 nascia um Augusto pai.
O pai
do Geraldo Cota, filho de índia e mineiro nervoso, de infância dura e difícil,
nasceu na terra do Urucânia, cidade mineira do santuário Nossa Senhora das
Graças.
Acompanhando
a irmã foi parar em Sem Peixe, terra sagrada, onde nasceu quase toda sua prole,
9 lindos e lindas filhos e filhas, exceção ao caçula Alexandre que enterrou seu
umbigo na quente Ipatinga.
O
esposo da Matildes Cota, a mais formosa dama de Sem Peixe, filha do querido Vô
Dedé e da Vó Nana, trabalhava como sapateiro, profissão que aprendeu com seu
cunhado, de onde também herdou o apelido, Tino, que mineiramente é falado
Sôtim.
O
devoto de São Vicente de Paula, seu confrade desde sua fundação em Sem Peixe,
peregrinou por alguns municípios vizinhos para levantar a grana do dia a dia, e
deixava sua prole nas mãos da mãe da Titita, primeira filha do casal, que se
virava nos trinta e com a ajuda do pai, criava seus rebentos.
Mas a
maior parte foi mesmo em Sem Peixe, onde o pai da Aparecida, segunda filha,
tinha enorme amizade e sempre foi muito querido por aqueles que o cercavam,
contador de piadas e membro da banda Nossa Senhora das Graças, sempre estava envolto
com algum dos seus.
Sem
Peixe como é uma comunidade extremamente religiosa e fiel aos seus costumes,
tem em quase todo mês do ano suas festas dos Santos, mas o padroeiro é o São
Sebastião. E nas festas, recordo-me, a cidade se enchia, a banda fazia suas
serestas e tinha ou tem até o famoso congado.
O
progenitor do Zé Pedro, o bom de bola, era torcedor do Flamengo, aprendeu a
torcer para o Cruzeiro, ensinamento abençoado a todos os seus filhos, exceto ao
referido neste parágrafo, que por ordem natural, seguiu os passos dos nossos
tios Antônio e Luiz, que mais do que tio, eram pais e irmãos da família do
Sôtim e da Matildes.
Compadre
de uma enormidade de pessoas, ele tinha certa predileção pelo Senhor Nonô
Tatana, alfaiate da cidade, de voz alta e belas gargalhadas, eles tinham uma
enorme sinergia, e nós amigos de seus filhos como irmãos.
O pai
do Helinho, era um pescador contumaz, pescador de lambaris, cascudos, bagres,
ele fazia a festa, pelo menos uns tira gostos, feridas nos pés, anzóis garrados
nas mãos, a gente sempre via, era tudo festa. O Helinho puxou o gosto pela
pescaria, menos o de contador de histórias.
A
nossa bela mãe teve uma luta sagrada com a linda Rosimeire, que com problemas
cardíacos, vivia em Belo Horizonte, onde chegou a ser operada, mas, já morando
em Ipatinga ela foi fazer companhia ao querido vôzinho, que partira 4 anos
antes.
Em
1974 o pai da Andreia Carla, impulsionado pelo cunhado Tio Joaquim e pela dona
Matildes, juntou sua prole e mudou-se para Ipatinga, onde se encontra até hoje,
meio a contragosto, pois queria morar em João Monlevade, onde seus principais
amigos já haviam levado as famílias.
Avô de
uma penca de lindos netos e lindas netas, bisnetos e bisnetas, Sr Augsto, o
homem dos dedos grossos, contador de piadas, admirador de músicas antigas, fã
do Silvio Santos, cuidado pela Dinha, jogador de loterias, pescador de piabas,
comemorou mais de 80 invernos, próximo dos 90, meu belo e querido pai.
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