Meirinha

















Conheci a Meirinha em um momento que marcou minha juventude.
Trabalhava na Brasilar e lá tínhamos a Marli que era de Goiabal.
E como nossa amizade, de todos que trabalhavam na Brasilar, ou quase todos, era muito profunda, tínhamos o hábito de além das horas passadas juntos durante o horário de trabalho, passávamos alguns momentos do fim de semana (àquela época ainda trabalhávamos aos sábados até às 18 horas), juntos.
E juntavam a nós outros amigos, que levávamos para as nossas festas, e sempre na casa de um de nós.
Em um mês de Julho, acho que em 1.979, marcamos de passarmos o fim de semana, ou melhor dizendo, a noite do sábado e o domingo em Goiabal, teria um baile e de depois passaríamos o domingo na casa da Cicizinha (acho que é este o nome da nossa amiga, que namorava o Fernando).
Cada um juntou-se com cada um e arrumamos as lotações para ir para o Goiabal, que apesar de ser ao lado de Sem Peixe, era uma cidade desconhecida para mim, nunca havia ouvido falar e pisado no Goiabal, conhecia e comia muito era uma deliciosa goiaba.
Eu, me arrumei com o Elinho, Elio Bicalho, amigo da Brasilar, metódico ao extremo e que depois de muita pressão arrumou a brasília do pai dele.
Saímos de Ipatinga lá pelas sete horas da noite e eu só sabia ir até a entrada de Sem Peixe, fomos a viagem toda ao som de Pink Flóyd, Hendrix, Zé Geraldo e por ai foi a nossa discografia.
Ao chegar na serra dos macacos, a Brasília do Bicalho simplesmente apagou, noite de Lua cheia, resolvemos descer a Serra com a Brasília desligada e ao som do Pink Flóyd. Eu que não era santo, fui  conhecer o outro lado do Elinho, maluco também.
Ao iniciarmos a descida vimos no céu uma imagem cheia de luzes parecendo a um disco voador, aí foi só alegria.
Gritávamos para o suposto disco voador.
- Venham pegar a gente e levar para bem  longe daqui.
The Wall debulhando na Brasília, que, desligada, rasgava as curvas da serra dos macacos e conversando com o disco voador viajávamos pelo “espaço sideral” (segundo a Gabriela lugar de onde ela, a Gabriela, veio).
Chegamos em Goiabal lá pela uma hora da manhã, éramos para ter chegado às nove horas.
Fomos direto para o baile, Julho, mês muito frio e o tal do Goiabal era mais frio ainda.
Ao chegar ao baile, na porta de entrada, vejo uma linda loira sentada em cima de uma mesa. Belos cabelos loiros e sorriso aberto.
Tive ali iniciação com a família Morais.
Hoje tenho o prazer de ter na querida Nancy, exemplar perfeito em nossa família, que nos presenteou com Vinicius, Lucas, Iuri e João Pedro, através do progenitor Geraldo Cota.

Que a exuberância da bela Meirinha, extravagante e que adorava a intensidade da vida, fique nos corações de todos que tiveram o privilégio de com ela conviver e irradiarem com seus palavrões soltados a qualquer tempo e a qualquer um, como certeza de que a vida é bela.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Família Cota, Cotta, sua origem

José Antônio do Nascimento - Sem Peixe

Galo que cisca, galinha que canta no raiar do dia