Sem Peixe e vozinha 1
Estivemos em Sem Peixe no inicio de Novembro.
Fomos visitar nossa querida vozinha. Eu, a Jaqueline,
a Gabriela e o Kayle.
Fui na frente com a Gabriela e a Jaqueline, o Kayle
foi quatro dias depois.
Foi uma viagem extremamente maravilhosa, exceto o
motivo da viagem, a vozinha na altura dos seus 97 anos estava de cama há quase
nove meses, depois de quebrar a cabeça do fêmur, operar, mas não conseguir mais
andar.
Ao chegar após quase 30 horas de viagem, dormimos na
saída de Mariana, encontramos a vozinha na cama, ainda desidratada e um pouco
inconsciente.
Para mim foi um choque quando ela me olhou e não me
reconheceu. O que daí a dois dias já estava completamente sanado, quando
recuperou as forças e a cabeça com um cérebro de mais de 97 anos, voltou a
funcionar na sua inteireza.
Mas não perdi a oportunidade quando ela falou que não
estava me reconhecendo. Falei a ela.
- Vozinha, sou eu o Carlinhos, a senhora falou que eu
era o mais bonito dos netos, o mais inteligente.
O que para todos era uma diversão.
Aproveitei e tirei uma casquinha no Zé Pedro, ela que
é extremamente puxa saco dele. Falei a ela que eu era mais bonito do que ele,
que o Zé Pedro era muito chato e por aí foi.
Mas foi só ela recuperar os sentidos que tudo voltou a
real. Voltei a ser o que era antes e o Zé Pedro continuou sendo o queridinho. E
ainda falava com dó dele.
O cachorro do meu irmão simulou uma dor nas costas um
dia que estava lá e foi pegá-la para colocar na cadeira, rolou no chão, chorou
de dor, mas tudo mentira, só simulação daquele neguinho malandro, e ela coitada
ficou falando dele morrendo de dó.
Detalhe – meu querido irmão ficou quase trinta dias de
cama, sem poder trabalhar e olhar para a Nora.
Vixi mãe.
Mas foi tudo maravilhoso.
Encontramos os tios Acácio, que só esperou que eu
desarreasse a tralha e picou a mula para Belo Horizonte.
Encontramos o tio Antônio, que, bela praça como de
costume, proporcionou-nos alguns dias inesquecíveis com suas histórias de
melhor goleiro da região por mais de 50 anos e tantas outras.
Encontramos o tio Joaquim, que em sua mula cor de
terra, parece o coronel da região.
Encontramos os tios irmãos da vozinha, tio Roão e tio
Chico boi.
Encontramos as primas Raquel e Rosângela com seu belo
João Pedro, na antiga Ponte Nova.
A Cida e Déia, nas suas belezas, estavam de plantão ao
lado da prazerosa cama da vozinha, ouvindo histórias dos tempos idos de tão
próximos e queridos momentos.
A tia Naná e a tia Emília fazendo das tripas o que
seus corações amam para estar a todo momento de prontidão. Tia Naná como porto
seguro de nossa bela e querida matriarca.
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