Minha desfiliação ao PV
















Tomo hoje uma decisão que pensei não fazê-la em nenhum momento. Estou encaminhando minha desfiliação ao PV – Partido Verde.
Tendo me filiado a este partido a convite, o fiz por acreditar que seria o único partido que me filiaria caso voltasse a militar politicamente após ser excluído dos quadros do PSDB pelo Sr. Dorival Dias em 2003.
Para mim é uma decisão difícil, uma vez que é um partido simpático à sociedade e com boas bandeiras a serem defendidas, o que tive a oportunidade de fazer participando do último pleito como candidato a Vereador.
Pressuposto de união de partes, de pessoas que compõem a sociedade com pensamentos diferentes, mas, que defendam as mesmas posturas ideológicas, os partidos políticos tem se mostrado objeto de negociatas e defesa de interesses individuais.
Fiquei assustado com a atitude da Executiva Regional ao intervir no PV de Maringá, em véspera das eleições municipais, para poder apoiar a candidatura do PT, do deputado Enio Verri, o qual tinha minha preferência, simpatia e apoio como candidato.
Fui contra a candidatura a Prefeito propalada pelo Sr. Alberto Abraão por ela ter se tornado extemporânea e sem o mínimo de estrutura possível para oferecer aos candidatos a Vereador do PV, apesar de sempre ter deixado extremamente claro que achava o seu lançamento como candidato a Prefeito como o mais legítimo direito de um filiado partidário.
A Executiva Regional do PV, mesmo tendo todo o direito de intervir na Comissão Provisória em Maringá, até por que a que existia, tinha a maioria de seus membros desfiliados do PV há mais de 4 anos. Este direito da Executiva Regional de intervir nas comissões provisórias municipais é claro e objetivo nos Estatutos do PV e de qualquer outro partido político.
O PV tem uma particularidade, ele exige que para fazer eleição de um diretório municipal, a comissão provisória precisa participar dos pleitos e fazer pelo menos 5% dos votos às quais tenha participado. Esta cláusula de barreira é inviável e dificulta qualquer organização do partido.
Infelizmente, cometi um erro primário, filiei-me ao PV sem ler seu estatuto, tendo conhecimento desta cláusula, o que cabresteia o partido à direção nacional, não teria filiado-me.
Mas o motivo que me move a tomar tal decisão é a orientação da Executiva Regional do PV e do diretório Nacional do PV de fazer parte do projeto Regional e Nacional do PT.
É de conhecimento de todos que me cercam que a admiração que obtinha pelo deputado Enio Verri e a alguns dos filiados do PT, nunca foi extensiva ao PT, mas sim a estas pessoas. Tendo inclusive aceitado ser um dos coordenadores da campanha a Prefeito do Enio Verri em 2008 e ajudado a organizar sua campanha de reeleição a deputado estadual, mas não participado do processo eletivo em 2010 por desassociar-me do projeto Nacional do PT.
Prevendo esta caminhada conjunta do PT e PV nos planos Regionais e Nacionais, pelo direcionamento que é dado ao partido pela atual direção Nacional do PV, desligo-me com certa dor, mas com a cabeça erguida e que não devo trair meus princípios, nem tão pouco causar dissabores aos bons e combatentes amigos que deixo no Partido Verde de Maringá.
Aos que ficam, deixo meu enorme abraço e o agradecimento pelo convívio maduro e extremamente construtivo que tivemos a oportunidade de proporcionarmos.
O próximo passo será buscar novo espaço ou adentrar-me à velha casa, onde mesmo velha, pode receber retoques que a faça retomar os bons caminhos de sua origem.
Os homens passam e as instituições ficam, mas precisam ter boas estruturas de base para aguentar e resistir às intempéries das ações do tempo. Precisa acima de tudo acompanhar a evolução da sociedade, suas buscas, seus anseios e suas perspectivas de avanço.
As instituições partidárias precisam sair dos acertos e arranjos dos gabinetes, retomar os caminhos das ruas, sentir o pulsar do peito de seu povo e procurar ser o elo de ligação de suas expectativas e das soluções necessárias para as sonhadas transformações.
Obrigado PV e amigos verde.

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