PUC - CICLO DE PALESTRAS REDEMOCRATIZAÇÃO e CONSTIUIÇÃO 1988











O contexto da história recente da política brasileira deixou uma herança dramática para a sociedade, transformou as gerações de 1980, 1990 e 2000, em jovens alienados e distantes do perfil natural de suas idades.
         O Brasil por ter uma história de independência muito recente, teve no século passado uma efervescência permanente de lutas e transformações, que foi ao longo do período construindo uma juventude crítica, combativa, surgidas dos grilhões dos movimentos rurais, quilombos, sertões, sindicatos, escolas secundárias, e principalmente nos bancos das universidades.
         No conflito mundial entre a luta o comunismo e as sociedades democráticas, o Brasil enfrentou em vários momentos de sua história, revoluções, revoltas, golpes militares, e por duas vezes ditaduras, militar e civil, esta com Getúlio Vargas. Neste calor, foi surgindo nos seios da sociedade grandes figuras políticas, alguns com perfis democráticos, outros com perfis ditatoriais, uns socialistas e outros capitalistas, mas de uma forma bem clara, grandes figuras que ajudaram a construir os caminhos políticos do Brasil.
         O período da última ditadura estabelecida no país, com o golpe militar em 1964, que perdurou até 1986, vários brasileiros foram mortos, exilados e outros ocultados, mas a sociedade conseguiu produzir grandes jovens, lutadores, idealistas, defensores das causas populares, individuais, de grupos, mas jovens que pensaram em sua grande maioria, independente da ideologia defendida, às suas óticas o interesse da sociedade brasileira.
         Neste contexto, o congresso nacional foi fechado em algumas oportunidades pelo regime de exceção, sindicatos foram fechados, as representações estudantis foram fechadas, mas mesmo assim a sociedade não se calou e ofereceu bravos soldados, que, no caso específico da Câmara Federal, elegeram neste período, jovens parlamentares, grandes e antigos políticos, que nunca se acovardaram perante a situação repressiva instalada, caminhando até a redemocratização do país.
         A grande maioria destes parlamentares, ex professores, advogados, estudantes, sindicalistas, empresários e alguns profissionais liberais conseguiram em 1986, elegerem-se deputados e senadores, foi este talvez, da atual geração, a última grande reunião de grandes fazedores da política um exercício cívico e não um exercício cínico, que passou a ocorrer ao final desta legislatura, a legislatura constituinte de 1.987.
         A partir da eleição de 1990, o Brasil passou a relacionar com o mais retrógrado modo de fazer política de nossos representantes. Saímos das defesas ideológicas, dos interesses do Brasil, para a luta permanente da maioria dos congressistas em defesas individuais, particulares, transformando o congresso nacional em um grande balcão negócios.
         Esta juventude, surgida entre os fins dos anos 80 para cá, passou a ter a ter como referência a podridão dos acontecimentos políticos e um conceito de sociedade consumista, preocupada apenas com o seu bem estar social, a sua realização social, as vantagens pessoais, passaram a terem preferência aos ensinamentos éticos, à formação do caráter. Neste rebojo, entre o seu interesse e o da sociedade, passaram a não perceberem a sociedade.
         Envoltos nesta mistura perigosa de concentração de poder, acesso fácil ao dinheiro público, com o voto popular, conseguiram banalizar a mais sagrada arma de uma sociedade democrática, a importância da participação popular, a importância da participação dos movimentos sociais, a participação dos movimentos de classe, a participação de todos, pela malandragem, pelo enriquecimento à base do dinheiro público, pela defesa dos interesses individuais, personalistas. E a juventude embarcou neste mar revolto.
         Por isto compreendendo esta dificuldade, e as deficiências do conhecimento destes momentos tão marcantes e tão recentes da vida brasileira, que passamos a discutir e colocar em prática as palestras de grandes brasileiros, que de forma direta tenham participado destes momentos da história recente do Brasil e de outros que ainda detenham o poder do mandato parlamentar, para com suas belas experiências, ofertar aos colegas acadêmicos tamanha contribuição para que tenham um norte e uma referência positiva do Brasil.
         Na expectativa e na esperança, que nestes próximos 4 anos, possamos juntos construirmos um censo crítico, socializar nossos conhecimentos, compartilhá-los com todos que fazem parte do nosso dia a dia, para que no futuro próximo, as cadeiras da Universidade, possa a vir a oferecer novamente à sociedade brasileira, grandes e belos políticos, intelectuais, profissionais de todas as áreas, e advogados com sentido de conquistas coletivas, juízes com censo de justiça e promotores comprometidos verdadeiramente com a proteção do Estado  e com o desenvolvimento da sociedade brasileira.
Nesta expectativa, é que pretendo dedicar-me, como acadêmico e como brasileiro, oferecendo a única riqueza que consegui neste pequeno período de vida, fora a minha família.
Meu sonho e desejo de uma sociedade igualitária nos seus direitos e no acesso a esses direitos.

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