Matildes, por Amélia Carolina



















































































Há exatos 11 anos, forçadamente nos despedimos da matriarca de nossa família.
Foi uma despedida dolorosa, sobretudo por tudo que ela representava: era a rocha sobre a qual fora construída a nossa família; a  base de sustentação e de manutenção da paz e da ordem dentro do nosso ambiente familiar.
Mas os laços criados entre nós, Graças à bondade do Criador, ultrapassam a tangente matéria, e nos mantém unidos por laços invisíveis, porém etéreos.
Não bastasse a união selada pelos corações, do privilégio da bendita convivência, durante um pequeno espaço da nossa jornada na terra, restou latente em nossas mentes, o seu grande exemplo de vida.
Vó querida e saudosa, que durante muitos anos me ninou, me aninhou em seus braços, e me presenteou com muitos beijos estalados e abraços aconchegantes.
A contragosto de seus filhos, mimava os seus netos, como bem faz uma vó zelosa e amorosa.
Defendia-nos com unhas e dentes, seja de nossos professores impiedosos, seja de nossos próprios pais “injustos” (risos).
Sempre arrumava uma justificativa razoável, a meu ver, para os nossos erros e falhas. Encorajava-nos a enfrentar os nossos algozes, com altivez e hombridade, porque acreditava que na batalha da vida, o bem sempre prevaleceria, e a justiça deveria reinaria, ainda que de formas tortuosas...
Ao mesmo tempo, não perdia a oportunidade de nos agraciar com belos ensinamentos, os quais eram passados mais a conta de sugestões, para não pesar sobre eles o rótulo de “sermões” ou “conselhos”.
E sob os ensinamentos adquiridos, nos 16 anos e 5 meses de convivência, somados às histórias variadas contadas por aqueles que também tiveram o privilégio de partilhar os seus dias com esse ser iluminado... Eis que sigo os meus dias... E trago-a, sempre, como fonte de inspiração.
Em todos os momentos de dificuldade, incluindo aqueles pelos quais já passei nessa minha história de vida, tenho latente em minha mente, o seu exemplo de força, de garra, de determinação. De coragem para seguir
adiante... Ainda que as tempestades pareçam não ter fim...Ainda que para isso tenhamos que remar contra a maré...Ainda que existam momentos em que as forças pareçam minar... Porque ela nos ensinou que, se estamos seguindo em busca do nosso objetivo, sem burlar a moral e os bons costumes, acreditando ser o mais justo e acertado... Devemos estar certos e confiantes de que a vitória será inevitável. Afinal, não foi isso que aconteceu com ela?
Fiel às suas convicções, seguiu-as até seu último instante de vida.
Essa é, sem sombra de dúvidas, uma grande mulher. Talvez a maior que já tive notícias.
Acreditava em seus sonhos, e mostrou a muita gente que eles podiam se tornar sim uma realidade.
Destemida. Corajosa. Imponente. Determinada.
Rígida, brava, mas sem, jamais, perder a ternura.
De um sorriso indescritível.
De um olhar indizível.
Apaziguadora.
Com toda a sua sabedoria, sabia conduzir as situações mais delicadas no ambiente doméstico, para que a paz e, sobretudo, a união pudesse reinar.
Fazia questão de ter todos os seus sempre por perto - Amava ver a sua ninhada toda reunida.
A nossa Estrela guia, o nosso Norte, a nossa Bússola, a nossa Fortaleza, o nosso Avatar, o nosso Porto Seguro, o nosso Cais, a nossa Força, a nossa Garra, a nossa Perseverança, a nossa Coragem, a nossa Determinação, a nossa União, a nossa Paz.
Hoje, apesar da saudade, não quero chorar pelo tempo não vivido ao seu lado.
Ao contrário, gostaria de bendizer e agradecer a Deus, pelo privilégio bendito da concessão de laços sanguíneos com essa alma iluminada:
Obrigada, oh Pai!
E sei que ela, aonde quer que se encontre, sabe da importância impar que teve em nossas vidas.
E peço a Deus para que ela possa receber todo o amor, carinho e admiração dos seus, que ficaram nessa esfera da vida, saudosos sim, mas extasiados de orgulho e de agradecimentos.
Fique em paz, minha querida avó.
Que nós, faremos de tudo para manter latente em nossa família, o seu maior desejo: a nossa união, sob toda e qualquer circunstância.
Com muito amor, e com o coração embriagado de uma profunda saudade, da sua  neta,
Amélia.

Comentários

Anônimo disse…
Êita dor duída...
Geraldo Cota disse…
A homenagem ficou muito bonita. Parece coisa do Carlos Alberto, mas é da Amélia mesmo. Parabéns!!!

Falar em parabéns, hoje é dia do Carlos Alberto, dito Kky, quinto filho da casal aí de cima, marido da Dona Jakky e pai de tres lindos filhos. A ele meus parabéns e que Deus o abeçoe sempre.
Anônimo disse…
Não meu irmão.
Hoje é dia de Dona Matildes.
O niver do quinto, será dia 19.
Abçs
Geraldo Cota disse…
Pois é, meu irmão, confundi as datas...
Volto ao seu espaço hoje para, na data certa, lhe parabenizar e desejar muita saúde, vida, e anos de vida junto a todos nós e aos seus...Que São Sebastião lhe abençoe.
Anônimo disse…
Muito obrigado.
Foi uma noite triste pelo meu Cruzeiro, nosso Cruzeiro.
Mas a vida segue e temos muitas outras lutas maravilhosas que nos permite comemorar.
A satisfação e o prazer ilimitado de ser seu irmão e filho de dona Matildes e do Sr.Augusto.
Beijos no coração.

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