Para Luciane com carinho
Instinto animal.
Criar, proteger e cuidar até a natureza o convidar para seguir na mesma linha.
Nós, racionais, temos a mesma prática.
Enamoramos, namoramos, o destino natural, o casamento, filhos, e aí entra o curso natural, o que a natureza nos oferece e nos exige.
Filhos(as) sonhados, criados, cuidados, protegidos e os deixamos à disposição do mundo, das garças ou dos gaviões, mas, seguindo o que determina a natureza, todos partirão e farão a mesma coisa.
Pais cuidadosos, acompanham e exigem que os filhos(as) adquirem uma determinada formação para entrega-los ao mundo.
Não importa a forma, mas sim o cuidado.
De noites perdidas por febre alta, dor de garganta, dor de ouvido à noites perdidas por filhos (as) que não chegam, mesmo que a hora não espere, madrugada adentro, sono que vem, sono que vai, incontáveis minutos.
No colo da paquera, do namorado, o tempo não passa.
Filhos (as) que exilam em outros ares em busca de melhores condições para atingirem a graduação da profissão desejada. Pais que choram a primeira partida, como que bezerro desmamado.
O tempo esvairia, e a próxima, e a próxima partida, com dores menores, mas não menos sofridas, sucedem até o momento máximo deste sofrimento.
Horas de sono perdidas por provas a serem feitas, trabalhos.
Professores, belos, amigos e xaropes, todos encarnando o mesmo objetivo, formar um bom profissional.
Namoros, namorados, paqueras que nesta época se afloram, tudo passa, o tempo passa, o tempo segue os ares do vento, sopra.
Convites maravilhosos, de um momento único, cada detalhe estudado, cada letrinha trabalhada, fotos para a prosperidade, turma que compartilhou momentos de alegria e de dores, angustias.
Filhos que ontem agarravam nas barras das saias das mães, que sufocavam os pais pelo forte aperto no pescoço, pelo abraço, com abraços que nunca acabavam, e hoje, são oradores de turma de formatura.
Filhos que contavam os sonhos que tiveram na noite, ainda amedrontados, hoje percussores de um mundo melhor, qualificado, com opiniões que mudarão o mundo, deste mundo que nunca muda.
Pais e filhos que nunca separaram e que nunca haverão de separarem-se.
Pais que para os filhos, ídolos.
Filhos que para os pais, em sua maioria, realizarão o que não tiveram a oportunidade de realizar.
Pais que para os filhos, conselheiros, referências.
Filhos que para os pais, domadores ou domados pelas vontades alheias, por corações domados ou coração domado por outrem.
Este curso que a natureza dá, complica o encontro da felicidade.
Antes uma casinha, mesma que apenas branca, pintada de barro branco, mas ao pé da serra, ao alcance dos olhos do pai, mesmo que em outros braços.
Hoje, a infinidade de cores que a casinha pode ter, reflete a infinidade de distância para encontrar a felicidade.
A barra da saia da mãe, ficou para trás.
O pescoço do pai, um tanto distante.
O sonho que o pai tinha, a felicidade que a filha (o) tanto procura, os fazem distantes.
O choro que um dia saiu de saudades, hoje sai de alegria.
O choro que um dia limpado na barra do avental, escondia o sorriso do sonho necessário, hoje é provocado pela felicidade do sonho conquistado.
Pais e filhos (as) que cúmplices dos mesmos sonhos, no momento de deliciá-los os compartilham.
Felizes o sejam em sua eternidade.
Que o mais doce dos beijos, possa prazerar este momento único.
Que a mais bela roseira possa florir seus lindos passos.
Comentários
A Luciani merece...
Parabéns pra ela!!!
Beijos da sua amada.
Foi aniversário da Lu? Parabéns pra ela então!! Bom texto Tio.
Foi formatura dela este fim de semana.
Beijunda
Hum, a rotina corrida deixa que essas coisas despercebidas.
Mas antes tarde do que nunca... rsrs...
Obrigada, do fundo do meu coração!
Amo vocês!