Gabriel, Felipe e Gabriela, tiveram teta por toda a vida.



 

Mamá mimi

 

A relação da Gabriela com a mãe, resume-se em idolatria pela teta.

Neste momento resumia-se.

Mas enquanto durou, foi algo cinematográfico.

Desde os primeiros minutos em que nasceu, até o fatídico dia (20 de Novembro 2008), para a Gabriela.

Neste dia a teta secou.

Sofri tanto, e tanto tenho sofrido.

Imagine a Gabriela.

Nestes dois anos e dois meses, ela deve ter mamado mais de mil litros de leite.

Imagine o quanto está sendo duro para a Gabriela.

O primeiro dia, a primeira noite, foi uma tortura.

Infelizmente, tenho ficado estes dias em casa.

Ao pedir para mamar, principalmente na hora de dormir, perfeito ritual.

Estando ao lado das duas, este ritual acrescentava mais um ingrediente.

Jakky deitada na cama do nosso quarto.

Aí a própria cabritinha, levantava e;

Fechava a janela do quarto;

Ligava o ventilador;

Fechava a porta do quarto;

Ao chegar à cama, apagava a luz.

Cenário preparado.

Teta na boca, estivesse eu do lado, pés em meu rosto, até começar a massageá-los.

Que figura.

Aí a paciência da Jakky, meia hora, uma hora de completo sugamento.

Ah..se o som não estivesse ligado, com musica bem baixinha, a Jakky tem que cantar, cansou de cantar, ela para de sugar e sugere outra música.

Boi da cara preta, tinha que cantar uma vez com cada personagem, Pipi, Bébe, KKY, vóvo, dindinha, padinho, helô, Biol (invenção dela, na realidade é Bia e Carol),vovô, dudu, mémé, memi,lulu, lógico, a Zaya.

Aí entrava todas as músicas do DVD do co có ri co, e a coisa andava.

Ela suava, resmungava, mas não tirava a teta da boca.

Hora do banho, outro ritual.

Banho tomado, toalha enrolada na Gabriela, aí.

Jakky sentada no banheiro e Gabriela com a boca na teta, sem perdão, se tomasse três, quatro banhos no dia, não saia do banheiro sem uma tetada.

Com toda esta volúpia, não havia teta que agüentava, em determinados momentos era negada.

Aí ela aprendeu, na hora de dormir a teta estava à disposição.

Então, mámá mimi, mimi mámá, a qualquer hora, a qualquer momento que vinha a inspiração de uma tetada.

Por último, aprendeu a pedir apenas, teta, para não mentir, pois mamava e não mimia.

Que maravilha, este mundo é só meu, melhor, para o kky ela sempre deixava uma tetinha.

Mundo maravilhoso este da mãe.

Prazer exclusivo e não compartilhado de gerar o filho.

Tem a dádiva divina de poder amamentar sua cria, amamentar sua cria com o único alimento necessário, à cria, na etapa mais importante de sua vida.

Seria talvez, a recompensa divina.

A Gabriela, como seus dois irmãos, tiveram o privilégio de ter uma mãe que encarnou com unhas e dentes, esta oportunidade única do momento da criação.

A Jakky, boa parideira, boa de leite, e com toda sua impaciência, teve toda paciência do mundo para gerar, parir e amamentar seus rebentos.

Gabriel, Felipe e Gabriela, tiveram teta por toda a vida.

 

Comentários

Carlos Cotta disse…
Nossa..., fiquei muito emocionada ao ler esta crônica tão verdadeira, tão íntima, que fala dos meus momentos mais deliciosos com a Gabriela e com meus lindos filhos Gabriel e Felipe, a amamentação.
Realmente, foi maravilhoso ter tido o privilégio de amamentar nossos três filhotes ...fiz deste dom de Deus um prazer diário.
Você é mesmo um poeta, que sabe colocar entre as letras ,e entre cada palavra, todo sentimento que existe nos atos,e faz a gente sorrir e até rir lendo ....
Você é demais!
Te amo!!

Sua amada

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