Grampo mostra deputado cobrando propina por licitações




O peemedebista Pedro Passos foi preso na quinta-feira, pela Operação Navalha, acusado de integrar quadrilha que fraudava licitações de obras do governo.



SÃO PAULO - A Polícia Federal gravou um telefonema entre o deputado distrital Pedro Passos (PMDB-DF) - preso na quinta-feira, 17, pela Operação Navalha -, e Fátima Pereira, uma funcionária da construtora Gautama, que está no centro do esquema de desvio de recursos públicos por fraudes em licitações de obras do governo. O programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, divulgou a transcrição do telefonema. Na conversa, o deputado avisa que conseguiu liberar verba em benefício da quadrilha e cobra o pagamento de propina:
Pedro Passos: Eu aprovei R$ 3,9 milhões de emenda lá na Câmara, de emenda minha.Fátima: Certo!Pedro Passos: Aprovou, já tá... tá certo.Fátima: Puxa, que bom!Pedro Passos: Então, vão pagar o resto, né? E vê se começa algum serviço, né?Fátima: Maravilha. Maravilha. Viu? Uma boa notícia. Agora, olha, sexta-feira tá aqui, viu... Aí a gente te passa.Pedro Passos: Sexta? Isso aí tá empurrando de um dia pro outro. Eu faço compromisso. Ele falou pra mim que tão certo que quarta-feira não passava de jeito nenhum, que era hoje.Fátima: Ah, foi?
O deputado é acusado de vender terras públicas no Distrito Federal. Por ordem da ministra Eliana Calmon de Sá, do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), foram presos 46 pessoas em oito Estados e no Distrito Federal. Estima-se que a quadrilha tenha desviado R$ 100 milhões em um ano, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. A organização já havia se estruturado para fraudar contratos e desviar verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Segundo a PF, o esquema foi iniciado pelo sócio-diretor da Construtora Gautama Ltda., Zuleido Soares Veras, preso na operação, que articulou uma rede de empregados, sócios e lobistas, que cooptavam funcionários públicos de diversos escalões nos níveis federal, estadual e municipal. A quadrilha atuava desde a aprovação até o pagamento das obras.
O STJ determinou o bloqueio de contas e a indisponibilidade dos bens dos acusados.

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