Janela Lateral do meu quarto de dormir - Leggiuno



















Da janela lateral do meu quarto de dormir, vejo neve, vejo verde, vejo lago, vejo flores, vejo abelhas, vejo pássaros, vejo a vida.
Da janela do meu quarto,
ouço o sabiá,
ouço o curió,
ouço o pardal,
ouço o gorjear infinito.
Sons diferentes no gorjear dos pássaros, feito orquestras.
Nenhum desafino, ninguém pode desafinar.
Sons da alma, sons do espìrito, gorjeado pela infinidade dos pássaros.
Ao fundo, invisíveis gansos, patos, galinhas e grilos, competem com os cachorros quem será o maestro.
Fosse cego, escutaria as melodias maravilhosas dos pássaros, dos grilos, dos cães, dos gansos, das galinhas, o zunido das abelhas, e veria o vôo do corvo pelo gorjeio,
Fosse eu um cego, suspiraria profundamente e certamente choraria.
Choraria e agradeceria ao criador pelo maravilhoso espetáculo que da janela do meu quarto de dormir, pròximo ao lago maggiore, e que me faz sentir sua presença, nas obras pintadas na natureza por suas sagradas mãos.
Fosse surdo, estaria encantado com a tela pintada à mão pelo criador e que posso sentir da janela do meu quarto de dormir.
Inúmeras tonalidades de verde.
O pè de rosas que majestoso exibe dezenas de rosas vermelhas e seus botões.
As árvores com suas flores vivas, brancas, beges, amarelas, roxas, e a imponente árvore vermelha, meio roxa, quebrando a predominância verde na terra da azurra.
Veria os sabiás, curiós, pardais, corvos e infinidades de pàssaros por mim desconhecidos, mas que formam belo mosaico nos céus de Leggiuno.
Veria as gotas de chuva ainda gotejando do varal vazio.
A neve exuberante que contonorna o lago maggiore até os alpes suiços, provocando-nos com sua alvura.
Fosse surdo sem ouvir som algum, agradeceria a Deus pela janela maravilhosa do meu quarto de dormir e certamente suspiraria profundamente e choraria de alegria.
Fosse eu, cego e surdo, e em pé na janela lateral do meu quarto de dormir, poderia embriagar-me e lambusar-me com os perfumes, que disputam espaço no ar, para senti-los com nosso olfato.
Perfumes de diferentes flores, rosas, ortências, lavandas, silvestres, das inùmeras árvores, amoras, pêras, maçãs, uvas, dente de leão, castanhas, ameixas.
Fosse eu cego e surdo, sentiria os raios do sol, já fraquinho, anunciando o fim do dia,  através do vento de primavera, que hora frio, hora quente, carrega com ele, todas as magias da natureza até a janela lateral do meu quarto de dormir.
Fosse eu cego e surdo, radiaria-me de felicidade pelo presença divina, que em plena primavera na terra da pizza, ainda está frio, chovendo, nevando.
Se fosse eu, só espírito, quereria viver permanentemente nesta colônia espiritual, e se de repente meu corpo virar apenas matèria, quero adormecer neste paraiso, pincelado à mão pelo criador.
Da Janela lateral do meu quarto de dormir, da casa da Manuela, Leggiuno, que por determinação divina, significa, Lei única, preservar e amar a natureza em toda sua essência.


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