De Dinha, todos temos um pouco





















Certos, nunca podemos estar.
No máximo convictos.
Convictos ou certos, o certo é que a bondade da pessoa humana, mede-se pela sua parte solidária, piedosa, caridosa.
Àqueles que teem a felicidade de ainda poderem ligar para suas mães, dar uma chorada, uma resmungada, confidenciar o inconfidenciável, relatar planos e atualizar seus sonhos, que Deus os ilumine.
Àqueles que a qualquer momento, em um átimo de segundo, pode conectar-se com sua amada mãe, que está em outro plano, na calçada da porta de Deus, que Deus os consolem.
Nós que ocupamos esta última alternativa, sempre temos em nossas famílias, alguém que possa nos ouvir e dividir problemas e casos.
Dos entre nós que não tem esta felicidade, deve ter um sofrimento dobrado.
Confesso que, a distância me proíbe muitas coisas que a proximidade me escancararia a porta. Algo assim como uns minutos de ônibus.
Algo como algumas pernadas pelas ruas quentes e empoeiradas, da ruas estreitas e com intenso tráfego, na viés dos canteiros florido, de um Bom Jardim.
Fazendo deste simples ser, refém de uma vida, sempre viva.
Pudesse com a distância, se dribla-la pudesse, deixar minha Gabriela, para ao final da tarde pegá-la.
Pudesse com a distância próxima, levar o quiabo para o frango do Domingo, ou o molho para a macarronada.
Pudesse com a distância ausente, aguardar a todos em meu puxado, mesmo que não fosse sobrado, mas que pudesse abraçar a todos, mesmo que cada um em um determinado momento, mas todos ao alcance das vistas, da força da perna ou do fôlego do pulmão.
Pudesse, com a Dinha, na beiradinha do meu parapeito, mesmo tragando fumaças a contra jeito, ouvir e falar a torto e a direito.
Na ausência insuperável de minha querida Matildes, há a presença também insuperável de meu amado pai, como também há a força, tanto fisicamente como de coração de nossa querida Dinha.
Todos, a seus modos, temos a nossa Dinha, as suas Dinhas.
Nos labirintos estreitos das ruas de uma cidade perpetuada, a imensidão de sangue que corre em veias amorosas e apaixonantes, muitos de seis, sete meses, mas com garganta de quem nasceu de onze meses, cada passo, movimento, algo de maravilhoso, acontece no castelo particular da quitanda Matildes.
A Dinha que lá ficou, maior do que já era, carrega o fardo do suspiro permanente dos que estão à distância, bem como a presença constante dos que lá estão, nas questões trôpegas do dia a dia.
Difícil esta missão.
Ainda bem que temos a Dinha.
Grande Dinha

Comentários

Anônimo disse…
Oi meu querido...
Obrigada pelas lindas palavras. Elas me afagaram o coração, como há muito não acontecia. Palavras faladas, veem e vão-se como o vento. Já as escritas ficam marcadas, prá se ler e reler quando queremos. E essas , com certeza, levarei para sempre comigo, no pensamento , no coração e guadadas como um pequeno grande tesouro.
Obrigada irmão, obrigada "filho" do coração. que Deus te proteja sempre e à sua linda família.
Beijos enormes em todos...
Dinha
Anônimo disse…
Eu é que agradeço-lhe.
Fazer parte da tua vida, é toda minha vida.
Beijos.
KKY

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