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Mostrando postagens de setembro 27, 2009

Deliciem abaixo, momentos históricos com Tancredo Neves

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O jornalista da Veja, Augusto Nunes, publica no sitio da editora, em sua coluna, maravilhoso trabalho envolvendo momentos do Tancredo de Almeida Neves, a velha raposa. Eu tive o prazer em votar nele para governador. Votei em Itamar Franco para Senador, no primo da minha mãe para Deputado Federal, Carlos Cotta e um amigo do Arcanjo Evangelista Paschoal vereador de Ipatinga, um tal de Iran. Derrotamos com muito suor Eliseu Rezende que era Minsitro dos Transportes do governo João Batista Figueiredo e hoje é Senador, apoiado que foi pelo Aécio Neves. Naqueles idos de 1.982, o Aécio tinha uns 22 anos, era pouco mais velho do que eu, eu tinha 20 anos. Foi um momento ímpar para mim. O Tancredo era fascinante, tive em vários momentos encontros com a presença dele, naquela época apertar as suas mãos já dava para sentir a sua fragilidade física. Ao aperta-la ela ia junto.

Eram iminentes a decretação da anistia e a volta do sistema pluripartidário

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“Fazer visita é bem melhor que ser visitado” Tancredo Neves O senador Tancredo Neves batia todo fim de tarde na porta do apartamento do deputado  Thales Ramalho em Brasília. Eram sempre três batidas compassadas, sempre na porta dos fundos. Embora imobilizado numa cadeira de rodas desde o acidente automobilístico sofrido em 1976, Thales fazia questão de atender pessoalmente à chamada em código. E então Tancredo perguntava se havia mais alguém por lá. Quase sempre havia: forçado a evitar deslocamentos cada vez mais dolorosos, o secretário-geral do MDB acabou transformando o apartamento 101, Bloco D, SQS 302 numa extensão do gabinete no Congresso. Levemente contrariado, o senador mineiro pedia a relação dos presentes. Se nenhum dos nomes lhe causasse desconforto, juntava-se à conversa por duas doses de uísque com gelo e menos de meia hora.  Tancredo sempre tinha pressa. Tinha tempo de sobra se podia conspirar longe de testemunhas com o parceiro de quem se to

O velho Cordeiro, com todo o respeito, pareceu-me um defunto de primeiríssima

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“Não se tira o sapato antes de chegar ao rio. Nem se vai ao Rubicão para pescar” Tancredo Neves De repente, o senador Tancredo Neves submergiu no mar de cabeças e braços, voltou à tona meio metro além, repetiu a manobra e ganhou duas ou três posições no cortejo que acompanhava o sepultamento do marechal Oswaldo Cordeiro de Farias. Eu o seguia a três corpos de distância quando aquele mineiro baixo, calvo e com o nariz arrebitado resolveu apressar o avanço rumo ao alvo situado duas fileiras atrás da comissão de frente formada por parentes do morto. Era um homem com cabelos brancos, óculos de quem lê o dia inteiro e cara de professor de matemática que reprova todo mundo. Vou cortar caminho, decidi. Saí da alameda principal do Cemitério São João Baptista por um corredor à esquerda, virei à direita num mausoléu de mármore preto, violei três túmulos rasos com passadas ligeiras, dobrei à direita de novo num jazigo familiar de tamanho médio e cheguei lá. Chegam
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"Escolher o adversário às vezes é muito mais importante que escolher o aliado" Tancredo Neves Todo mundo sabe que Tancredo Neves sempre foi bastante cauteloso, lembro ao ouvi-lo dizer que não se deve tirar o sapato antes de chegar ao rio. O Tancredo que nunca vai ao Rubicão para pescar pouca gente conhece. Boa imagem essa, penso no primeiro aperitivo. Fico imaginando um chefe político jogando o anzol no rio nos limites de Roma que Júlio César atravessou, sem pedir licença, para tomar o poder. ─ De alguns rios o melhor é ficar longe ─ diz o doutor Tancredo depois de pedir tutu à mineira. É o desfecho da aula fluvial, avisa o tom de voz. Peço o mesmo prato e um exemplo. ─ Fiquei fora do barco do Hugo Abreu ─ começa a contar a história que é a cara de Tancredo Neves. Em 1978, parlamentares do MDB, entre eles o deputado Ulysses Guimarães, acharam muito boa a ideia de apoiar a candidatura de um militar disposto a enfrentar no Colégio Eleitoral o 

É melhor aparecer sozinho na primeira página

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"Só examine a espuma depois que as ondas pararem de bater"  Tancredo Neves — Paulo Maluf é o adversário perfeito porque só ele nunca teria a menor chance de unir o PDS — explica Tancredo Neves. — Os outros talvez conseguissem. Os outros são o vice-presidente Aureliano Chaves e o ministro Mário Andreazza, ambos já fora do páreo naquele outubro de 1984. Aureliano formalizou o apoio a Tancredo em julho, quando o primeiro grande bloco de dissidentes rompeu com o PDS, transferiu-se para a Frente Liberal e inaugurou a sequência de rachaduras no partido do governo. Andreazza, derrotado na convenção nacional de 11 de agosto, acompanhou o presidente João Figueiredo na adesão à candidatura do ex-governador paulista, mas quase sozinho: os cabos eleitorais com real poder de fogo preferiram o caminho que levaria ao fim do regime militar. Pergunto quando foi que decidiu escalar Paulo Maluf para jogar como adversário. — No dia em que assumi o governo de Minas. No come