O primeiro Natal

















O primeiro natal.

O primeiro natal é como o primeiro tudo.

Tudo é novidade, na maioria das vezes aceitáveis, gostosas, relembradas pelo resto de nossas vidas.

Em outras vezes, não são agradáveis, são relembradas, mas não com prazer.

Esta é a parte ruim da primeira vez.

A possibilidade de não ser agradável, bonita, gostosa, relembráveis com prazer.

O primeiro aniversário é prazeroso para todo mundo, menos para o aniversariante, este ou esta, não sabem o que está acontecendo, por que tanta gente reunida, tanta comilança, flashes, pacotes embrulhados e tudo o mais.

Ao contrário do primeiro beijo.

Quanta sensação, quanta emoção, suspiros, calafrios, que coisa linda, maravilhosa, eternamente primeira, mesmo que nunca mais lembre em quem foi ou com quem tenha sido.

O primeiro natal, é tal e qual.

Os pais, avós, tios, tias, irmãos, irmãs, todos envolvidos com aquele homem de barba branca, roupa colorida, vermelha, poderia ser azul, além de mais bonito, daria uma sensação de paz, estrelar. Quanta comida, assados, doces, panetones, frutas nunca vistas, pacotes de presentes e alguém da família sumida, que sempre aparecerá após o papai Noel ir embora.

Como nada se entende, por que tantas fotos, abraços e por ai vai.

O primeiro natal é como o segundo natal.

Ainda nada se entende, nada se sabe.

Diferente da primeira, namorada, dificilmente haverá ser esquecida, quanto sofrimento, quantos suspiros, sempre é a única, amor eterno, até que apareça a segunda.

Neste caso, a segunda poderá preceder vários outros números cardenais, mas poderão fazerem parte de uma estatística triste, ninguém praticamente se lembra, das segundas, terceiras..

Me recordo com alegria, de vários natais em minha infância.

Principalmente os que passávamos na casa da vózinha. As expectativas eram extremas. A chegada dos tios que moravam fora, principalmente do tio Zezé, nunca vinha sem os nossos revolveres de espoletas, chapéus e tantas coisas mais, bonecas, bolas. Maravilha divina.

A partir do terceiro natal as coisas começam a clarear.

Menos para a Gabriela.

Para a Gabriela, em seu terceiro natal, a expectativa com o papai Noel, resume-se em balas e chicletes.

Que maravilha.

Nada de Barbie, bonecas, fogõeszinhos, panelinhas, apenas, balas e chicletes, é o que queria a Gabriela.

No terceiro natal da Gabriela na casa da madrinha, o papai Noel passou e deixou alguns brinquedos, mas o que a movia, era a bala e o chiclete.

Teve o Gabriel cantando pela primeira vez para os primos.

Teve o Felipe, dando um show para os tios.

Teve o tio Paulinho relembrando os primeiros solos que cantava, no século passado.

Para alguns era a primeira vez que as ouviam. Muitas sem muito sentido, como para a Gabriela.

Para a maioria, com certeza, jamais haverão de esquecer.

Foi aquela primeira vez, que nunca será esquecida.


Colorado, 25 de dezembro de 2.009.

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