Curitiba e o banho de cultura.



Curitiba, como toda capital, é símbolo do poder político e berço cultural do Estado.

Ir a Curitiba para alguns, necessita de um amplo preparo, roupas, reservas de hotel e tudo o mais.

No meu caso, é um pouco mais simples.

Quando vou a trabalho, por minha conta, tenho sempre o aconchego da hospitalidade do tio Luis e da tia Alda.

Além de saborear o delicioso tempero da nossa mineirinha de Governador Valadares.

Quando vou a favor de algum amigo, para alguma outra coisa, não me preocupo com aqueles detalhes, se vou a favor, a andada é toda livre.

O que é interessante na capital, é o ar que ela proporciona, ar de poder.

Secretários de estado, governador, deputados, prefeitos, trombadinhas e outros mais.

A sensação de estar próximo da primeira informação, de estar próximo das decisões que ainda poderão acontecer, e como é bom, conjecturar sobre o destino de todos e do mundo.

Mesmo, que tudo, daí uns minutos não se confirmar, aqueles momentos são de sensação de prestígio e poder.

Há, os que vivem isto com um prazer imensurável, há outros que participam mas não têm a noção exata do que isto representa, e há obviamente aqueles, que tudo isto não vale nada.

No meu caso, sempre gostei de manter distância.

Se tenho como circular, e havendo a necessidade de circular entre estes mortais (mesmo alguns destes achando-se imortais) o faço com desenvoltura, não havendo necessidade, mantenho a distância que a prudência me exige. Quando solicitado, estou à disposição, tanto de um lado, quanto do outro, de outra feita, vou cuidar da borra do meu fogão.

Nestas circuladas, percebemos, o quanto o povo é passado para trás, o quanto as mudanças que tanto necessitamos demorarão uma eternidade para acontecer.

O despreparo e a indiferença (que a ausência da intelectualidade na maioria dos representantes da patuléia provoca) na maioria dos que circulam no poder, com poderes, ou como coadjuvantes, mostra a distância que estamos das ações perfeitas que todos nós necessitamos, da sensatez dos homens de preto.

Preto, neste caso, significa, vestimenta oficial dos detentores do poder.

Perceber estas nuances, nos faz sentir menores, quando não podemos de imediato oferecer alternativa a tudo isto.

Perceber estas nuances, nos faz gigantes, quando temos a possibilidade de oferecer alternativa ao que está aí.

Tanto uma, quanto outra, nos remete à postura que tomamos diante das oportunidades que nos é oferecido para propiciar estas mudanças.

Continuamos analfabetos, alheios e enganados por todos que se beneficiam desta miscelânea todaParticipar, combater, desenvolvendo lutas necessárias para democraticamente pautarmos as mudanças exigidas para não sentirmos-nos ruminantes, ou quadrúpedes escangalhados  transportando o sorriso dos abutres de sempre.

O banho de cultura que a capital nos oferece, é apenas um detalhe.

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