Doce perigo

Saboroso e fundamental, o açúcar deve ser consumido em quantidades moderadas porque o excesso pode provocar enxaqueca, diabetes, osteoporose e vários tipos de câncer.

O sabor agradável ao paladar e o fácil acesso ao produto colocaram o açúcar entre os ingredientes preferidos de populações cada vez mais vorazes por doces. Nos Estados Unidos, estima-se que a ingestão média anual seja de 67 quilos (ou 185 gramas diárias) por pessoa. Em alguns países europeus, calcula-se que o consumo varie entre 45 e 50 quilos.

No Brasil, maior exportador mundial de açúcar, o índice de consumo já chega a 35 quilos, com tendência a subir. Segundo os especialistas, há quem devore diariamente 300 gramas de açúcar. Um exagero, ou um doce perigo, considerando os riscos para a saúde e os índices recomendados por agências como a Organização de Agricultura e Alimentos (FAO) e a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Para essas entidades, as doses diárias não deveriam ultrapassar 10% do total de calorias consumidas no dia. Níveis razoáveis de consumo, portanto, representam algo em torno de três a quatro colheres de chá diárias. O número pode variar de acordo com a idade do consumidor, quantidade calórica total gasta e ingerida, mas, no geral, as doses devem ser bem reduzidas. Crianças e idosos deveriam consumir, no máximo, 50 gramas. Adolescentes, 75 gramas, enquanto que, para os adultos, o valor seria de 60 gramas para as mulheres e 70 para os homens.

A preocupação com a quantidade ingerida se justifica. Embora seja essencial para manter o organismo funcionando, como lembra o nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), dependendo da origem, da composição, da quantidade ingerida e até do perfil de quem consome, o excesso de açúcar no organismo pode provocar estragos que vão de cáries e enxaquecas até osteoporose, diabetes, obesidade, perda de memória e câncer.

Para o gastroenterologista Alberto Gonzales, o açúcar é um combustível fundamental. Entretanto, ele considera que o organismo está preparado para usar o açúcar conforme a natureza provê. “O refinamento e a alta concentração nas dietas contemporâneas conduzem a uma série de desequilíbrios e até a colapsos de sistemas orgânicos. No meu consultório recomendo a retirada do açúcar branco, do mascavo, do melado, do mel e da rapadura. O resultado, para os pacientes, tem sido surpreendente”, afirma.

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